quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Trote racista provoca expulsão e suspensões de universidade federal em Minas Gerais

Universitários são punidos por causa de trote racista (Foto: Reprodução)

Um estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi expulso e três foram suspensos por um semestre por causa de um trote considerado racista ocorrido no início do ano passado. As punições adotadas nesta terça-feira (12) pelo Conselho Universitário da instituição foram adotadas com base em parecer de comissão que chegou a investigar 198 estudantes da Faculdade de Direito.
Este ano, a universidade editou resolução que proíbe qualquer tipo de trote. O caso que resultou nas punições ocorreu em 15 de março de 2013 e foi motivo de polêmica por causa da divulgação de fotos em que veteranos aparecem fazendo a saudação nazista ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra.
Em outra fotografia, uma aluna pintada de preto e com um cartaz pendurado no pescoço com a frase “Caloura Chica (sic) da Silva” é puxada por uma corrente por outro estudante.
Universitários são punidos por causa de trote racista (Foto: Reprodução)

Para a comissão formada por três professores da faculdade encarregada do processo administrativo disciplinar contra os estudantes, as imagens, veiculadas em redes sociais e na imprensa, são “repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentarem contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de Direito”.
Segundo a assessoria da UFMG, o parecer foi decisivo para a expulsão de Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e as suspensões de Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva pelo “envolvimento na aplicação de trote em alunos do primeiro período da Faculdade de Direito”.
Ao todo, a sindicância instaurada para apurar o caso constatou que 68 alunos do segundo período da faculdade participaram do evento, 98 estudantes contribuíram com dinheiro para o trote e 32 integrantes do centro acadêmico fizeram a distribuição de bebidas alcoólicas na ocasião, mas apenas os quatro punidos aparecem nas fotos.
“A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados”, avaliou o reitor da instituição, Jaime Ramírez.
Para ele, as punições “vão ao encontro de medidas” adotadas este ano pela universidade, como a resolução que proíbe trotes. A reportagem não conseguiu localizar os estudantes na noite de hoje.
Fonte: correio24horas.com.br

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